EUROPA_18: Sul da França: Carcassonne_3

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"Sim, espumante francês.rsrsrs Acontece que parei para comprar alguma bebida, uma água ou refrigerante, mas quando percebi estava pensando que eu realmente merecia um brinde por estar ali e comprei uma garrafinha pequena. Foi um pequeno prazer que definitivamente eu merecia".


Já impaciente, peguei minha bolsinha de higiene pessoal, meu vestido, porque fazia calor e fui tomar um bom banho depois de passar todo o dia viajando pelo sul da França, só pensava que precisava de uma boa ducha para conhecer a querida dama que me esperava lá fora: a História!
Foi com muita surpresa que encontrei o banheiro e ele era enorme e tinha um senhor terminando de se arrumar. Fiquei na dúvida e voltei procurando pelo banheiro das mulheres e não é que era ali mesmo? Era um banheiro misto, bem ao estilo das abadias que eu só tinha visto em filmes. Peguei uma cadeira, deixei a bolsinha e as roupas sobre uma cadeira ao lado da porta e usei uma ducha maravilhosa de forte, mas o jato era tão forte que ameaçava a molhar tudo e por isso mesmo o banho tinha que ser rápido, senão ficaria tudo empapado e a água escorreria por todo o chão. Correndo coloquei uma toalha que estava ali servindo de pano de chão embaixo da porta e depois sorri pensando que eles foram muito inteligentes com aquele jato forte, simplesmente porque é praticamente impossível essas pessoas que adoram ficar hooooras no banho fazer isso ali, a não ser que queira depois passar mais de uma hora tirando a água do salão. A princípio me chamou a atenção que apesar de ser um banheiro coletivo e usado por todos os hóspedes daquele andar tinha poucos banheiros. Se não me engano acho que eram 2 ou 3 com privadas e o mesmo número com ducha e o resto era um grande salão com pias, espelhos e uma mesa enorme no centro para podermos colocar as coisas enquanto um se arrumava. Terminado meu banho, sequei tudo (até porque se não secar bem o chão vai molhar toda a roupa que pretende vestir) e enquanto me penteava vi senhores, senhoras e um grupinho de jovens que entrou no banheiro. Por mais diferente que fosse a experiência, a sensação de estar compartilhando aquele lugar com aquelas pessoas me deixou bastante feliz. 

Foi uma experiência que nunca pensei em vivenciar e que ali se havia me apresentado de forma tão tranquila. O banheiro era todo e imaculadamente branco. Deixei minhas coisas no quarto e fui na recepção para saber se tinha internet (o que atualmente é um suplício na Europa. Porque todos a usam nos celulares e por isso quase não dá pra encontrar uma lan house ou qualquer coisa do tipo. O que para um viajante é péssimo, porque muitas vezes precisamos imprimir reservas). Bem, a sra de cara feia já tinha ido embora e estava um senhor muito simpático que me disse que ali não tem computador para os hóspedes e me indicou a senha da wi-fi. Eu disse que viajava sem computador, mas que precisava entrar na net para confirmar uma reserva, pois no dia seguinte a tarde eu iria para Nice. Ele foi suuuuper simpático e me deixou usar o comput dele por um minuto, mas ali estava bloqueado fazer reserva online. Então peguei o número do telefone do hostel para fazer a reserva pelo telefone.
 

Quando fui ligar descobri que meu cartão não tinha euros o suficiente para uma ligação longa e que todos os poucos lugares que vendem cartão já estavam fechados. Perguntei se teria algum lugar para usar a internet e ele disse que só tinha um lugar dentro da cidade medieval, mas que fechava as 16h! Comecei a ficar preocupa porque eu realmente não tinha feito a reserva em Nice ainda. Então, pensei bem e decidi ligar para o meu coucher, Antoine em Paris e dei pra ele o endereço do hostel onde eu ficaria e pedi para ele ver no site como eu fazia para chegar lá. Esperei uns 5 minutos e liguei novamente. Ele me explicou como chegar e disse que não tinha conseguido confirmar a reserva por telefone. O jeito foi deixar para o dia seguinte quando já tivesse algo aberto e tentar encontrar um computador novamente.
  

 
Explico tudo isso para que saibam que essas pequenas cidades européias são realmente lindas e fofas, mas se precisar comprar qualquer coisa depois das 16h estará completamente perdido! E também porque algumas pessoas que tudo sempre sai perfeito, mas contratempos existem. Claro que se tiver com tudo bem programado como eu eles serão pequenos e facilmente solucionados. Resolvida essa questão, finalmente me encaminhei à cidade murada. Não corri, não me apressei. Queria degustar o momento, a aproximação. Saí da abadia e virando a esquina já estava a cidade murada. Vê-la se aproximando cada vez mais era um fascínio ímpar. Tirei fotos, parei em frente ao portão da cidade e fechei os olhos para tentar visualizar imagens de muitas gerações que ali viveram, cavaleiros que por ali passaram e outros que para ali olhavam esperando invadi-la. Passei pelo portão e admirei as pedras, a altura, as inscrições, tudo. Cara...eu estava muito feliz! Não sabia se entrava logo na cidade ou se caminhava pelas muralhas.
Optei por entrar na cidade, ainda tinha esperança de encontrar algum lugar com internet, passeei pelas ruelas medievais fui assaltada por tantas lojinhas que tiram completamente a graça, comprei num quiosque uma garrafa pequena de espumante francês e fui percorrer a cidade. Sim, espumante francês.rsrsrs Acontece que parei para comprar alguma bebida, uma água ou refrigerante, mas quando percebi estava pensando que eu realmente merecia um brinde por estar ali e comprei uma garrafinha pequena. Foi um pequeno prazer que definitivamente eu merecia!
Caminhei, tirei fotos, vi restaurantes, muitos servindo o prato típico da região, a Cassoulet que variava entre 6 e 13 euros,  virei esquinas e quando encontrava uma entrada pequena e solitária ia até lá para ver aonde ia dar e quando percebi já estava caminhando ao redor da muralha. Eu estava completamente em êxtase. Ventava muito e caminhei pelas e sobre as muralhas completamente sozinha em muitos trechos. É importante ressaltar que durante o dia entre 11h e 17h é completamente turístico e com muita, mas muita gente, mas como eu queria desfrutar e explorar esta cidade medieval já tinha me programado dormir ali justamente por isso, porque sabia que depois das 18h não teria quase ninguém, o meu medo apenas era se fechavam a cidade para visitas a noite e isso não acontece. Ela fica apenas vazia. Sem nenhum medo e tendo como companhias a imaginação e o sentimento de realização.  Via a cidade ao longe, subia até onde podia sobre as muralhas e algumas pontes que encontrei pelo caminho. Encontrei uma capela e depois já tinha encontrado outra entrada e para ali segui e acompanhei o pôr-do-sol. Tocava todos os buracos e aberturas que encontrava pelos muros. 
 

 

 
Sentei na muralha e vi o sol descendo e pensei tantas coisas, fiz pedidos, agradeci pelo momento mágico e pela primeira vez em toda a viagem gostaria de ter tido alguém comigo para dividir aquele momento. Aquele pôr-do-sol em Carcassonne.

E quando estava voltando ao portão principal da cidade tive um momento muito lindo e emocionante, pois uma artista estava tocando uma linda música celta que combinava a perfeição com a cidade medieval e dava um aspecto surreal aquele momento. Foi lindo. Senti como se todos os anjos estivessem sorrindo para mim. A minha primeira visita à cidade medieval foi fechada com chave de ouro!

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