Europa_32: Itália: Roma_04

Último dia em Roma. Já estava dando uma peninha, pois realmente gostei da cidade. Nem sei dizer quantas vezes parei para descansar daquele calor inclemente e admirar algo. Mas ainda tinha algumas coisinhas para fazer como ir a Galeria Borghese, mas antes tinha que voltar à basílica e ir a Piazza del Poppolo para entrar na igreja de Santa Maria del Popolo para ver duas obras originais de Caravaggio. 
Novamente cheguei cedo na basílica, sem filas nem nada. No dia anterior quando saí do Museu do Vaticano e vi o tamanho da fila fiquei assustada. 

Entrei, olhei tudo com muita calma, pois desta vez tinha tempo. Acompanhei a missa e fiquei rezando para terminar logo a missa que não terminava. E quando esta terminou tive que rezar para sa freiras irem rezar em outro lugar, porque enquanto elas ficam ali rezando eles não abrem essa lateral da igreja ao público e é justo nesta lateral que está a Pietá. Deu pra notar que eu rezei bastante ali não é mesmo?! :)
 
Sentei em frente de um dos pequenos altares e enquanto fazia meus agradecimentos e começava a sentir o sono querer me abraçar percebi que algumas freiras começavam a sair. Então fui logo para perto da Pietá porque depois de estar tanto ali eu não iria deixar um montão de gente ficar na minha frente não. Enfim, chegou um carrinho para limpar e encerar o piso e quando terminou os guardas retiraram a barreira. Todos foram rápido e cheguei próximo e a fiquei admirando de uma certa distância e então me aproximei o máximo que pude. Ela é linda. Perfeita mesmo. No Museu do Vaticano tem uma réplica dela em tamanho grande, mas nada se compara ao ver aquele mármore lustroso, aquele manto de uma leveza que parece ser impossível ser uma pedra. Fiquei muito tempo ali parada e quando percebi que realmente ela existia, que Michelangelo foi alguém que não dá para sequer começar a imaginar senti que já podia me retirar.
Comprei os presentes do homens da minha vida, fui caminhando pelo lado oposto por onde tinha chegado olhando as lojas, as roupas, passei pelo Castelo Sant'Angelo e tudo com muito cuidado com o horário porque às 13h eu tinha horário na Galeria Borghese e naquele dia estava tendo greve ônibus que é a forma mais fácil de ir até lá. 
Lindo edifício da Prefeitura de Roma.
Bem, segui caminhando, passei pelas barracas árabes que rodeiam o rio, comprei uma linda pulseira por 5 euros, passei em frente ao lindo edifício da prefeitura que serviu de inspiração para o Palácio de Versailles (sabia disso?) e caminhando cheguei no memorial a Otávio Augusto, cheguei a piazza del Popolo e me deleitei com as duas pinturas de Caravaggio que foram feitas a pedido da igreja e que nunca sairam dali. Tem coisas que não têm preço! E admirar as obras de Caravaggio tão próximas do chão e dos olhos, dentro daquela igreja é uma dessas coisas!
Saindo da Chiesa de Santa Maria del Poppolo, eu tinha decidido ir por trás dela até a Galeria Borghese, mas ali percebi que a volta seria muito grande e eu estava preocupada com o horário, então o que fiz foi sair da piazza até o início da via del Corso e ali subi umas ruas, entrei em um túnel que tem uma escada rolante quilométrica até a parte alta de Roma, mas que era a única opção já que os metrôs também estavam de greve e ao chegar lá em cima já estava dentro do jardim Borghese. 

Ao sair dessa escada da estação do metrô fiquei na dúvida para onde seguir e o certo é ir pela direita. Você verá do outro lado rua uma parte da muralha de Roma, do período feudal, aí ficava também um dos portões de Roma. Para chegar a Galeria é só ir seguindo em frente sem entrar em lado algum. Digo isso, porque eu entrei e quando vi estava bem dentro dos jardins, por sorte encontrei um mapa e uma linda estátua que estava no mapa e percebi que não deveria ter entrado. Fiz o caminho de volta e segui em frente correndo para a Galeria. Cheguei lá às 12h40, o local é lindo e passei por um homem que estava sentado num banco tocando lindas músicas num violino. Ao entrar e dar o meu nome tive outra agradável surpresa com o meu Roma Pass: nao precisei pagar! Pensei que pagaria com desconto. O valor é de 10 euros e com desconto eu pagaria 6 euros, mas não sei o porquê e confesso que tampouco quis ficar fazendo muitas perguntas, não precisei pagar! Mais pontos para o Roma Pass! 
A Galeria é linda. Não é permitido tirar fotos lá dentro e contra os espertinhos, todos devemos deixar nossas bolsas guardadas na recepção. Será apenas você e os seus olhos, que tiveram muito o que absorver naquele espaço. É lindo demais e muito bem preservado. Vemos belas esculturas que os Borgheses conseguiram retirar das ruas quando de épocas de saques, e outras claramente eles mandaram arrancar e pagaram por isso. Por um lado você pode ficar chateado com essa atitude, mas por outro depois de ver tantas esculturas que não resistiram ao tempo ou as revoltas dos séculos seguintes até agradecemos por alguns terem feito isso e assim preservá-las. É uma questão delicada. Mas, elas estão ali junto com obras fantásticas e as belas esculturas de Bernini. Para quem gosta de esculturas como eu ir a essa galeria é visita mais que obrigatória. É uma loucura! Tem um salão cujo teto é tão, tão lindo que voltei neles mais umas 2 vezes e fiquei lá parada embasbacada olhando cada detalhe. É incrível a forma como essa família conservou a arte.
Saí da Galeria e sentei num banco próximo ao do rapaz do violino e aproveitei aquele momento. Dali fui caminhando de volta até o portão da muralha medieval que tinha visto e por ali, sem nem mesmo olhar o mapa, fui caminhando para o centro de Roma novamente. Eu já tinha lido que a área do Jardim Borghese e dos Médicis (estão lado a lado) é uma das mais nobres e caras de Roma, o que é mais que visível ao caminhar por ali. Tudo lindo, bonito, ruas arborizadas, lojas chiquérrimas, restaurantes finos e os italianos ainda mais elegantes. 
 
Ao descer toda a rua, caminhei sentido piazza Spagna, passando por lindas praças até chegar em mais um obelisco egípcio, que fica em frente da igreja do alto da piazza para quem vê lá debaixo. Observei com prazer desde o alto todo o burburinho de gente e lojas famosas lá embaixo, então desci as escadarias e fui caminhando até a Piazza Venezia para pegar o ônibus e ir para casa descansar um pouco. A greve dos transportes teve duração de algumas horas, das 9h às 16h.
 
Veja que lindo muro encontrei ao ir no local  onde aconteciam as corridas de Bigas.
Veja o detalhe curioso.
Teatro Marcelo e ruínas.
Prova de que a Igreja católica utilizava sim as bases dos antigos templos para construírem seus novos templos e conquistar como fiéis os antigos pagãos que ali seguiam indo prestar homenagem aos seus deuses.
Cheguei em casa, aproveitei para lavar as roupas que tinha usado no dia anterior, assim poderia seguir viagem com tudo limpo, até porque não sabia quando poderia lavar tudo novamente. 
 
Coloquei para secar e quando saí do banho já estavam todas secas. :) Fiz um lanche com um belo pão italiano, prosciuto (presunto), queijo e Spritz (pode-se comprar nos mercados um conjunto com 3 garrafinhas já preparadas por 3 euros), coloquei novamente a câmera na bolsa e fui passar minha última tarde (daquela viagem, pois joguei a moedinha na Fontana di Trevi para voltar :) ) no Campo di Fiori, onde vi a bela escultura de Giordano Bruno, no lugar onde ele foi queimado vivo por contraria a igreja ao dizer que a Terra girava me torno do sol. 
Piazza Campo de Fiori. Escultura de Giordano Bruno.
Essa praça linda, tem umas lojinhas ali pelo Trastevere maravilhosas. Fiquei com vontade de comprar umas roupas e tal, mas já tinha gasto a minha cota com a bolsa da Prada. Comprei um gelatto segui meu caminho pelos antigos caminhos de Roma. Cheguei ao antigo bairro judeu, que é um ambiente bastante lúgubre e pesado. Roma em si, apesar de tantas ruínas antigas não é uma cidade velha. 
Giordano Bruno. Linda escultura.
É apaixonante, vibrante e o primeiro lugar onde senti realmente o peso da sua idade foi no bairro judeu. Segui até o rio, vi mais fontes, chafarizes, ouvi belas músicas saindo de festas e de algumas casas, vi o pôr do sol da ponte olhando para o rio e voltei para casa do meu coucher satisfeita e saciada. 
Caldo. Molto caldo a Roma!
Nesta noite não cheguei muito tarde porque iríamos jantar com o amigo do Paolo, o Barca e Paolo é quem faria o jantar. Comi o melhor macarrão da minha vida, eram tantos os sabores...a massa, o bacon, o tomate suculento, champingnons e para acompanhar um bom vinho e spritz! A conversa foi ótima, toda me italiano e eles comentaram comigo suas experiências recebendo os surfers e eu comentei a minha com os coucher e como surfer. Nem nos meus melhores sonhos poderia ter imaginado ter terminado tão bem minha viagem a Roma. O jeito depois foi dormir com tudo já pronto porque de manhã cedo eu iria conhecer a famosa torre de Pisa e a tarde estaria no ponto mais desejado da minha viagem à Itália: Cinque Terre!
Ciao e arriverdeci carisima Roma.

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