O que alguém precisa saber sobre Moscou?

Muuuuuuuuitas coisas!

Fiz 6 (inesperados) meses de Rússia! E por isso farei um post duplo! Neste, terão uma visão geral sobre Moscou e clicando aqui poderão ler sobre São Peterburgo, que tem mais informação porque é onde estou morando há 5 meses.  

AMOR À PRIMEIRA VISTA: A IMPONENTE MOSCOU

Não encontrei outra expressão mais correta que essa do título para falar sobre Moscou. Essa cidade esticou seus braços e com suas mãos agarrou meu coração! Desde que comecei os preparativos para a viagem à Rússia, São Peterburgo, a antiga Leningrado, era quem ocupava minhas expectativas, mas todos os relatos e livros mencionavam Moscou como uma grande surpresa.

Esta, por muito tempo, foi a segunda cidade mais importante da Rússia, no entanto, após a Revolução de 1917 passou a ser a capital do país e da União das Repúblicas Soviéticas e durante o governo de Josef Stálin recebeu uma injeção de investimentos – o que continua acontecendo e é motivo de críticas por parte das muitas repúblicas da federação russa. (E com razão).

Cheguei no aeroporto e depois de terminado os trâmites migratórios, que foi bastante tranquilo, exceto pelo policial ter olhado MUITAS vezes para o passaporte e para minha cara. (Prática comum na Rússia quando pedem seu documento. Eles olham tantas vezes para sua cara e para a foto que até eu estava  na dúvida se  era mesmo eu na foto 😀). Encontrei um banco e dormi um pouco pois cheguei às 2h e às 8h eu pegaria o Aeroexprex que me deixaria na cidade. O Aeroexpress, o trem de alta velocidade entre o aeroporto e uma estação de metrô, é a melhor opção para quem chega. Não somente pelo preço mas também pelo tempo já que a viagem dura 25 minutos. E é super fácil pois os russos colocaram mil e uma setas e indicações em vermelho em todo o aeroporto para chegar até este trem: no chão, nos corredores, em cartazes e nos elevadores o andar dele também está em vermelho. Ao chegar há algumas máquinas e há os caixas com os atendentes. Não complique sua vida e vá às máquinas. Elas têm o menu em russo, inglês, espanhol, mandarim e árabe. Pague com seu cartão, retire o ticket e espere o horário da partida. Eles abrem as portas para a plataforma 15 min antes de cada partida. Entregue seu ticket com o passaporte ao fiscal e suba no trem. Ele é mega moderno, bonito e pontual.

Bem, como explicar para vocês esse momento? EU ESTAVA NA RÚSSIA! Estava num trem em direção a Moscow, sentada entre russos, ouvindo russos falando ao telefone e vendo através da janela tudo branco lá fora e conforme o trem seguia seu caminho nele descortinava os edifícios da época soviética, calçadas cobertas de neve, pessoas super agasalhadas e de repente despontou um sol enorme, de uma cor laranja resplandencente praticamente gritando “Bom dia, Moscou!” e eu me sentia explodir de emoção.

Ao chegar na estação final é preciso sair dela, basta seguir o fluxo, sentir o ar frio, subir uma escada, atravessar uma ponte pequena, e descer a escada onde está a estação de metrô. Preste atenção às portas de saída e entrada, são diferentes! A bilheteria nesta estação é pequena, então fica cheia rápido com a chegada do pessoal do Aeroexpress. Aqui, vá direto aos caixas, será mais rápido comprar o bilhete e pagar, pois as máquinas estão somente em russo. E sinceramente, você não vai querer ficar nisso de acertos e erros com um montão de russos apressados atrás de você. Depois é entrar na estação, permitir-se babar um pouco com a beleza dela e seguir seu caminho. Todas estações têm muitas e claras indicações. Incluive, ao descer da escada rolante já verá no alto um cartaz indicando as direções e linhas e embaixo, na coluna para sair do corredor e entrar na plataforma, há uma lista das estações que virão a partir daquele lado. Realmente não há como ter problemas, só é preciso conhecer bem o nome da estação. Dentro do trem, uma voz informa o nome da presente estação e da próxima.

Ao chegar na minha estação fui procurar o endereço do hostel e no caminho me deparei com algo que nunca tinha visto antes: um rio completamente congelado. Posso dizer-lhes com toda a segurança que ver rios congelados foi o que mais gostei do inverno russo. É muito incrível ver aquele montão de água corrente congelada no momento em que ainda lutava para seguir seu rumo. É, definitivamente, uma visão inesquecível! Depois de 40 minutos encontrei o hostel. Já escrevi neste post que achar um endereço aqui pode ser toda uma peripécia. Bem, deixei minha bagagem e fui acompanhando, fascinada, àquele rio congelado e conhecendo a cidade. O hostel estava a 20 minutos da Praça Vermelha. Fazia um dia espetacular: muito frio (-6) sob um céu incrivelmente azul e um sol lindo. Fui observando os edifícios, as pessoas, as ruas e de repente, ao longe vi o muro vermelho do Kremlim. Subi uma escada e lá do alto eu via grande e magnânimo o congeladíssimo rio Moscow tendo ao fundo um dos famosos edifícios de Stálin.

Que visão! Depois de me fartar dela continuei já que à minha frente estava a Praça Vermelha. Passei por uma linda pracinha, que tocava música clássica pelos alto falantes. Achei um luxo! Vejam neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=08BEEzR4QLA

Depois atravessei a rua e me vi em frente a bela Catedral de São Basílio, do Kremlim e da Galeria Gum. Resumindo, meus caros e caras: eu estava na Praça Vermelha, ouvindo de fundo as vozes e músicas originais da época soviética que saem dos alto falantes, vendo muitos russos e russas passando vestidos como eu só tinha visto em fotos de livros e revistas, sentindo aquele frio cortando o meu rosto e eu simplesmente chorei. Chorei como uma criança e assim, desta forma surpreendente e inesperada, apaixonei-me pela Rússia. 💖


No dia seguinte, acordei com a cidade completamente branca. Era muita neve!


Moscou foi tudo o que eu imaginava da Rússia e que não esperava encontrar nesta cidade. Ela surpreende pela beleza, pela limpeza, pela educação de seu povo, pela segurança, pelo respeito à cultura e a seus monumentos históricos. Sim, a capital dos russos é IMPONENTE! E sim, este post é praticamente uma declaração de amor.

Há inúmeros museus e casas-museus. Estas pertencentes aos grandes escritores e artistas russos. Estive na casa do meu autor russo favorito, Máximo Gorki, que tem um aspecto erudito e uma escadaria a la Salvador Dali de cair o queixo.

Na Praça Vermelha, está o mausoléu de Lênin. Tenho minhas críticas sobre manter o corpo dele contra sua vontade, mas de última hora decidi visitá-lo. É gratuito, basta entrar numa fila que anda rápido, passar pelos seguranças e conhecer essa parte da praça, pois além do mausoléu, ali estão os túmulos de todas as pessoas importantes para a história russa como Stálin, por exemplo. É toda uma experiência.

Para visitar o interior do Kremlin é preciso comprar um tour pois somente por estes é possível fazer visitas nos dias permitidos.  Eu não fiz. Achei caro, não era  uma prioridade para mim e tinha muito para conhecer. Na Praça Vermelha está a Galeria GUM  também. Linda como ela só!



Saindo da praça, podem conhecer os jardins e edifícios atrás.


E ir caminhando até o famoso e belíssimo Teatro Bolshoi (podem comprar as entradas online mas deverão trocar pelo ticket físico na bilheteria do teatro, sempre com o passaporte, já que a entrada é nominal).





E do outro lado da avenida está um dos mais famosos busto de Marx. Vejam neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=qjbhpOrb2_w

Entre a região da Praça Vermelha e as magnânimas estações de metrô já terá muito com o que se divertir.  Há roteiros das estações mais bonitas ou simplesmente desça, conheça, tire fotos e volte para o seu caminho. Fiz isso diversas vezes. 



As linhas são circulares seguindo o desenho da cidade que vai se distanciando do centro através de anéis. O anel menor, o do centro da cidade é conhecido como o Anel de Ouro e por ele passa a linha Marrom do metrô. É impossível tentar conhecer Moscou sem estes dois mapas.


Um lugar que adorei conhecer foi o Tsaritsinó Parque. Tsaritsinó era o palácio de verão da Czarina Catarina, a Grande, em Moscou. Veja o vídeo  que fiz dele: https://www.youtube.com/watch?v=TLCu1mSOI6U

Além de ser uma bela construção com lindos jardins, tem uma história interessante das excentricidades da nobreza. Catarina mandou construir este palácio e quando ele estava pronto, (você entendeu bem: prontinho da  Silva!) ela não gostou e mandou implodi-lo e construírem um novo que é o que está lá agora. 


Ao ver o tamanho do palácio e pensar que ela mandou destruir o anterior dá um frio na espinha de pensar na enormidade dos gastos, num país onde a maioria da população beirava à miséria, por pura excentricidade.


Para chegar é simples, basta pegar a Linha Verde do metrô e descer na estação Orekhovo. Sairá no portão do parque. A entrada é gratuita, pagará apenas se for visitar o palácio/museu.

Moscou é uma cidade de grandes proporções, por isso vai usar muito o metrô para se locomover por ela. É ótima para caminhar porque é plana e tem muitos parques, jardins e praças.

A rua Arbat é bem famosa por  ser a região boêmia e lugar de grande vida cultural russa nos séculos passados. Tem lá o seu charme, principalmente à noite, durante o dia é bem pega-turista e com muuuitas lojas turísticas. Recomendo caminhar por ela fim de tarde, já noite.


Outro lugar interessante para conhecer é o Muzey, aqui foram parar algumas esculturas, estátuas e bustos que foram retiradas da cidade quando do fim da URSS. Veja um pouquinho neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=1Ji8Df5afpg


Eu pensei que estaria cheio, por causa de alguns relatos que li, mas não é nada disso. Mas é interessante para saber quais símbolos os russos já não queriam na cidade, há um monumento em homenagem aos prisioneiros políticos enviados aos Gulags e é possível ver uma escultura de Stálin, tamanho natural em mármore rosa (na foto acima). Uma das poucas remanescentes dele em todo o país.

A cidade também tem seu centro de financeiro num conjunto de edifícios ultra moderno: a City.


E recomendo apreciar as famosos construções gigantescas de Stálin. São grandiosas e muito bonitas. Impossível não sentir-se impactado e pequeno.


E aí, ficou com vontade de incluir a Rússia na sua lista de futuras viagens?

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