Europa_35: Itália: Cinque Terre_Parte_04
Eu estava subindo a
montanha e sabia que tinha que descer, mas que deveria algum ponto informando
sobre isso.
Até que encontrei um atalho e um cartaz que apontava para Corniglia,
peguei o atalho e depois de 15 minutos descendo e vendo a cidade lá embaixo
pequenina, percebi que deveria ter outro caminho porque o atalho estava cheio
de folhas e galhos com espinhos. Claramente ninguém o usava há muito tempo.
Voltei todo o caminho (xingando horrores) até a estrada e depois de 5 minutos,
cansada e com as pernas arranhadas e encontrei um senhor (ele com certeza foi o homem mais parecido com
Papai Noel que eu já vi na vida) e perguntei como fazer e ele disse que deveria
pegar aquele atalho. Eu disse a situação dele e então ele me disse que seria
complicado e me ajudou a tirar os carrapichos que tinham se agarrado nas costas
da minha camisa. Ele foi super simpático e no final me pediu um bacio. Dei um beijo na bochecha dele,
rimos, conversamos mais um pouco e saí rindo muito. Continuei caminhando e isso
já era mais de 10h e eu estava ficando cansada. Então me dei conta que a
estrada estava começando a descer e fiquei contente, caminhei muito, muito
mesmo até chegar numa outra vila (ô povo para gostar de se esconder!) que tinha
um cartaz de ônibus. Pois é meu povo, um ônibus! Civilização. Fiquei exultante.
Só não pulei de alegria porque estava cansada, esgotada e com muita sede. O
ônibus tinha apenas 3 horários e um tinha passado justamente há 15 minutos e o
próxima seria às 13h. Eram 11h30, mas decidi esperar ali no ponto até às 13h
porque a cidade continuava muito lá embaixo na minha vista. Subi a ladeira,
entrei na vila, encontrei o ponto do ônibus, conferi o horário e tinha uma
pequena mercearia onde aproveitei para comprar um biscoito e duas garrafas de
água antes que eu começasse a desidratar. Ali perto tinha um banco com uma
vista incrível e fiquei lá por um tempo até que me acalmei e fui para o ponto
de ônibus. Preferi ficar ali para não correr o risco do ônibus aparecer antes e
sair sem mim, pois o próximo seria às 15h!
Quando sentei no ponto tinha uns senhores,
todos italianos óbvio, e o mais jovem já tinha passado dos 60, conversando na
mercearia e então eles começaram a falar comigo, perguntaram de onde eu era e
ficamos conversando um pouco assim, até que um deles disse que me daria uma
carona até a estação de trem. Eu aceitei e lá fomos nós. Ele tinha uns 70 anos
e descemos a Cinque Terre num carro esporte dos anos 70, de um lado a montanha
com suas vilas e do outro aquela imensidão de mar azul e à nossa frente a
estrada ao som de bachata! É isso mesmo, o meu novo amigo italiano era fã de
bachata e do grupo Aventura. Foi muito engraçado e surreal. Eu estar
conversando em italiano e ouvindo bachata. Ele tinha um irmão que trabalhava
num restaurante em Vernazza e me disse para procurá-lo se fosse no restaurante
e ele me daria um bom desconto. Ele me deixou na estação e voltei a Riomaggiore.
E assim acabou a minha aventura de fazer a travessia da Cinque Terre. Comecei
às 6h40 e caminhei praticamente até às 12h. Se o caminho estivesse normal teria
feito a travessia com tempo de sobra, mas realmente por causa das chuvas que
tinham acontecido em janeiro daquele ano o caminho ficou intransitável. Por isso recomendo a quem quiser fazer essa
travessia, perguntar primeiro qual a situação e se houve chuvas. Se alguém
falar que não dá pra fazer, não faça! Eu tenho um ótimo senso de direção e
memória e tinha estudado por meses aquela travessia e talvez por isso não tenha
sentido medo dela. No final saiu tudo bem e acho que foi mais por isso. Se é
uma pessoa que fica logo desesperada, seria uma situação ainda mais complicada
do que foi para mim.
Não importa a adversidade: mantenha o sorriso que ele te ajuda na carona! |
Mais uma vila. Mas nessa, existe ônibus! |
A vista enquanto bebia água e esperava o bus. Eu estava lá no alto mesmo. |
E com o calor que fazia e o cansaço, saí da
estação, passei pela rua principal e ao invés de ir ao hostal segui e desci
pela escada que dá para o porto e passando pelo porto cheguei até a praia.
Foi ótimo, a água transparente e linda. Eu me
arrumei ali nas pedras e fiquei ali curtindo o mar e observando o pessoal que
estava fazendo o mesmo. Mais tarde voltei pela rua principal, passei num
mercadinho e peguei uma massa e um molho de tomate e levei para o hostal. Fiz
aquela massa e não tenho palavras para dizer o que era aquele molho de tomate.
Era mais que maravilhoso. Conversei um pouco com o pessoal e fui dormir cedo. Estava
e.s.g.o.t.a.d.a. Foi um dia e tanto.
No terceiro dia fui conhecer melhor
Riomaggiore, a igreja, as suas lindas ruas e pela tarde peguei o trem e fui
conhecer as outras 3 cidades que não consegui chegar caminhando no dia anterior.
Corniglia eu só vi lá do alto. Peguei bronca e não quis ir nela depois. Vernazza é bonitinha, mas não tem a personalidade cativante de Riomaggiore e não tem muita coisa para fazer, mas ali tem uma ótima sorveteria e alguns sabores têm sabores de flores daquela região.
Segui para Monterosso e fiquei decepcionada, pois em alguns relatos diziam que era a cidade mais desenvolvida e tal das 5, mas não gostei muito dela não. Achei interessante as cabanas para trocar de roupa e fui direito ao que eu mais queria ver ali: a escultura do gigante!!!! Ela é linda, mesmo faltando partes, ela é linda. Fiquei imaginando como era um barco chegar àquela cidade e se deparar com aquele gigante olhando o mar e guardando a cidade. Sabe quando vemos os gigantes no Senhor dos Anéis? Bem, deveria ser a mesma coisa. Tirei várias fotos e fiquei ali tentando imaginar. Havia um casal na praia, que pareciam ser pai e filha e eles me observaram tirar fotos e (a minha cara de êxtase, tenho certeza) então eles ficaram curiosos e olharam para cima. Eles eram portugueses e o homem disse que era linda aquela escultura e ficaram se perguntando se era um homem e como eles não tinham percebido. Tirei minhas fotos e fui embora sentindo-me radiante, porque fui a Monterosso apenas pelo gigante e ele não me decepcionou.
24 de junho. Dia de São João. Dia do Equinócio de Verão.
Corniglia eu só vi lá do alto. Peguei bronca e não quis ir nela depois. Vernazza é bonitinha, mas não tem a personalidade cativante de Riomaggiore e não tem muita coisa para fazer, mas ali tem uma ótima sorveteria e alguns sabores têm sabores de flores daquela região.
Segui para Monterosso e fiquei decepcionada, pois em alguns relatos diziam que era a cidade mais desenvolvida e tal das 5, mas não gostei muito dela não. Achei interessante as cabanas para trocar de roupa e fui direito ao que eu mais queria ver ali: a escultura do gigante!!!! Ela é linda, mesmo faltando partes, ela é linda. Fiquei imaginando como era um barco chegar àquela cidade e se deparar com aquele gigante olhando o mar e guardando a cidade. Sabe quando vemos os gigantes no Senhor dos Anéis? Bem, deveria ser a mesma coisa. Tirei várias fotos e fiquei ali tentando imaginar. Havia um casal na praia, que pareciam ser pai e filha e eles me observaram tirar fotos e (a minha cara de êxtase, tenho certeza) então eles ficaram curiosos e olharam para cima. Eles eram portugueses e o homem disse que era linda aquela escultura e ficaram se perguntando se era um homem e como eles não tinham percebido. Tirei minhas fotos e fui embora sentindo-me radiante, porque fui a Monterosso apenas pelo gigante e ele não me decepcionou.
Olha o meu gigante aí. |
No dia seguinte, às 6h30 saí do hostel e fui
para a estação, pois tinha comprado meu bilhete para Firenze e o trem sairia às
7h. Ah, uma dica: os trens para Firenze saem de Riomaggiore a cada 30 min e é
preciso fazer uma conexão em La Spezia. A viagem é de 2h30 e custa 12 euros.
E assim, me despedi de Cinque Terre,
aquele lugar mágico. Só aconselho que se você quiser fazer toda a travessia
pelas 5 cidades que converse antes e veja se o caminho está aberto. Caso não
esteja, aconselho a fazer a Via dell'Amore, em Manarola pegar o trem e ir descendo nas próximas cidades e quando terminar Montarosso voltar à Riomaggiore (ou onde estiver hospedado) de barco.
Claro que não é a mesma coisa, não terá tanta aventura, mas será muito lindo e prático. O ticket de trem para todas as cidades, somente ida sairá por 7 euros e o passeio de barco 20 euros.
Ufa, terminei, mas espero ajudar um pouco a quem for conehcer esse lindo lugar.
Até o próximo post!
Irei para a Itália no final do ano. Pena que ñ pegarei o verão. Alguém pode me indicar um bom seguro viagem? Bj, Liana.
ResponderExcluirAcabei de voltar de lá. A Europa está bombando! Tá d+ o verão europeu! Respondendo à amiga acima, fechei seguro c/ a www.touristcard.com.br Eles estão c/ uma promo para quem apresentar o código. Usa o meu: tourist15 Abç, Ciro.
ResponderExcluirOi,
ResponderExcluirO melhor seguro é o da Assist-Card, mas verifique primeiro se o seu cartao de crédito nao te oferece o seguro, assim nao precisará contratar nenhum outro serviço.
O verao na Europa é bom, dependendo do mes, pois pode ser sufocante demais entre julho e agosto. E no final do ano pegará o inverno que tem paisagens muito diferentes e tao lindas quanto. E com o aquecimento global, nao dá para saber exatamente como será. Neste ano por exemplo, o continente europeu viveu o inverno mais atípico de todos: apenas 2 semanas e depois frio normal, pois o frio foi todo para os EUA. Já no ano passado nevou em cidades que nao costumam ver neve. Entao, vá preparada para tudo.
Beijos e obrigada por passar pelo meu blog. :)