Filmes, Reflexões e Semana Santa

Nos dois últimos dias vi a dois filmes muito bons e com mensagens que servem para todos nós seres humanos que as vezes nos esquecemos como somos pequenos diante de tantas coisas que acontecem ao nosso redor. Sejam elas previsíveis ou não.
O primeiro filme, que até agora foi o melhor filme que tive o prazer de assistir este ano, e olha que vi muitos bons filmes, mas este entrou no primeiro lugar da lista sem sombra alguma dúvida foi o francês "Intouchables" ou "Os Intocáveis" em português e "Intocables" em espanhol.
Ótimas atuações numa história real. O lindo negro Omar Sy é um prazer à parte para os olhos e para o nosso humor. Uma atuação com muito humor e sentimento e François Cluzet, com os movimentos restritos de sua cabeça, olhos e boca nos brinda uma atuação comovente. A cada minuto que passava eu pensava: Deus sabe o que faz e sabe quem coloca em nossas vidas, porque o verdadeiro Philipe foi abençoado por Deus ao ter este acompanhante que em nenhum momento o tratou como um inválido e sim apenas como um homem que teve sua capacidade física reduzida. Lhe deu calma, alegria e prazer quando todos os demais lhe davam compaixão. Ri como há muito não ria. Adorei esta história e recomendo a todos este filme.


Depois de estar tão deliciada com o filme acima, ontem a noite vi o novo "Para Sempre", o cartaz está abaixo. Pensei ser mais um romance para deixar a noite tranquila, mas que surpresa foi a minha de ter no mesmo fim de semana a sorte de ver outro bom filme. Adorie a história, não pelo filme ser "oh, que maravilhoso", não, nada disso. Foi a história que me fez pensar: "Já imaginou acordar um dia e descobrir que uma parte grande da sua vida foi esquecida?" Que outras pessoas falam que fazem parte da sua vida e você não consegue se lembrar de nada? Fiquei imaginando vários momentos que considero inesquecíveis na minha vida e que quando penso neles muitas vezes rio e me emociono. Nas pessoas a quem amo e fiquei angustiada somente com o pensamento de não ter mais em minha mente estas pequenas lembranças. O casal principal é super fofo e o rapaz fez um ótimo trabalho ao nos passar toda a angústia daquele que não entende como um amor tão grande pôde ter sido simplesmente esquecido. E no final, fiquei bastante surpresa ao ver que esta história também foi verdadeira como no filme francês.
Enfim, realmente devemos viver cada momento, cada emoção seja triste ou alegre, porque não sabemos o que o futuro nos reserva

Está chegando mais uma Páscoa que estou longe de minha família. Esta sempre foi uma data especial para nós e a cada ano lembro de nossas conversas, nossos almoços, meus pais conversando conosco contando suas histórias de quando eram jovens, de quando se conheceram, de suas infâncias e dos sonhos de antes e dos que foram se realizando com o passar dos anos. Agora na mesma mesa de sempre eu não estou, mas estão meus sobrinhos e minha cunhada. O que mostra que somos uma família muito afortunada porque ao invés de sermos menos na mesa somos mais e com o tempo temos multiplicado as pessoas ao nosso redor e que compartilham das mesmas histórias de sempre e o mais importante: do mesmo amor que meus pais sempre nos brindou em cada uma das Páscoas que recordo e recordo a todas com muito carinho. Lembro das risadas, das vezes que passei a manhã na cozinha com a minha mãe fazendo o purê de batata e de abóbora enquanto ela cuidava do arroz de coco, do feijão de coco, do peixe cozido com camarões, que eu nunca comia porque sou a única da mesa que não comia camarão, dos peixes fritos com creme de milho e do porquinho frito. Das taças com vinho tinto, que anos atrás era a única ocasião em que meus pais permitiam que meu irmão e eu bebessemos vinho. Lembro-me da sobremesa, um flan, porque era super leve depois de tanta comida. Das horas que ficávamos sentados à mesa comendo e conversando. Da vez que meu irmão foi buscar a minha cunhada, enquanto ainda eram namorados, e que estávamos com a comida pronta e ele não chegava e meu pai super nervoso por ser a primeira vez que não estaríamos todos juntos à mesa e eu desesperada ligando a cada 15 minutos dizendo para o meu irmão chegar logo e quando chegaram meu pai estava com "aquela cara" de mau, mas que com o passar dos minutos foi amenizando, afinal, começamos atrasados, mas estávamos todos juntos. Da vez que meu pai passou por um grande apuro ao engolir uma espinha enorme que ficou atravessada na sua garganta e que o sufocou. Lembro-me da vez que decidimos acrescentar mais um purê no almoço e fizemos o de mandioca que ficou tão pesado que quase ninguém conseguia levantar da mesa e decidimos que no ano seguinte ficaríamos somente com os de sempre de batata e abóbora. Das vezes que eu dizia que deveríamos mudar o cardápio, mas que depois ninguém gostava muito e sempre faziamos o mesmo e assim criamos e mantivemos a nossa tradição.
A minha primeira Sexta Santa aqui na Argentina me deixou muito triste, mas o meu namorado na época, Denis, me escreveu todo o dia fazendo com que eu não me sentisse tão só e eu decidi comprar o peixe, o milho, o arroz, batatas e fiz uma mini versão do nosso almoço. Convidei minha amiga Melina e assim comemos e passei minha primeira Sexta Santa fora de casa. Depois a cada ano vou ao mercado, faço as compras, convido um amigo ou amiga para almoçar comigo e mantenho a tradição. Pela tarde ligo para casa, vejo como foi o almoço de todos e fico muito feliz ao saber que mesmo longe fisicamente compartilhamos o mesmo momento. Agora já estou pensando na próxima sexta e sei que neste ano meus pais terão na mesa um novo integrante: minha sobrinha. Já com dentinhos ela poderá comer um peixinho no meu lugar. :) E assim segue a vida.
Fico por aqui ouvindo uma excelente seleção de salsa: http://www.youtube.com/watch?v=jWs4Xe3OmWg&feature=endscreen&NR=1 e pensando se compro ou não para mim um ovo de Páscoa. Está tão caro, mas Páscoa sem chocolate não pode. rrsrs

Saludos brasiporteños.

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